Autoridades sanitárias brasileiras investigam o
primeiro caso suspeito de ebola no País. O caso foi comunicado esta noite, 09/10 pela secretaria Estadual do Paraná ao Ministério da Saúde.
Informações preliminares indicam que o paciente veio de Conacre, capital
da Guiné.
O paciente foi encaminhado para um hospital de
referência e material foi coletado para fazer o exames. A expectativa é a
de que amanhã as amostras sejam enviadas para o Instituto Evandro
Chagas, onde será feita a análise para confirmar se o paciente é ou não
portador da doença.
A notícia ocorre no mesmo dia em que o Secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmar
que, embora baixo, existia o risco de o Brasil registrar um caso da
doença. Pela manhã, ele disse que o sistema de vigilância montado era
adequado e que instituições de saúde estavam em treinamento constante
para identificar casos suspeitos e para adotar as medidas de segurança
necessárias, caso isso ocorresse.
O mundo vive hoje a pior epidemia de ebola da
história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa,
com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Nigéria, Senegal e Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões
localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com
a doença e 8 mortes.
Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca
65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos
corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos,
capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto,
a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da
infecção.
Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais,
vômito e hemorragias. A incubação - período entre o contágio e a
manifestação dos primeiros sintomas - pode variar entre 2 a 21 dias.
Não há remédio específico para o ebola. Em agosto, o
Centro de Operações de Emergência em Saúde do Governo Federal acionou o
nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que
permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da
doença no País sem a necessidade de autorização dos governos locais.
Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou
emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a
transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da
doença, com isolamento e tratamento. O grupo Executivo Interministerial
para Emergências em Saúde Pública foi convocado, videoconferências
semanais com todos os Estados são realizadas, simulações foram feitas em
hospitais de referência e em aeroportos.
De acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem
ser encaminhados para hospitais de referência. Esses hospitais, no
entanto, fazem apenas a primeira triagem.
Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem
ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia,
no Rio e Hospital Emílio Ribas, onde os pacientes ficam internados. O
teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto
Evandro Chagas.
Fonte: Correio
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